Era só mais uma noite comum a seus olhos.
Rodeado por gente vestida de branco, luzes
e cerveja servida em copos de plástico ondulado.
Suas ideias vagavam por ali como se não quisesse
estar ou permanecer ali, observava inerte as
últimas horas do ano.
Fora por convite de um amigo próximo, que há horas
sumira nos braços de outro. Mal se viram e uma labareda de
emoções tomou conta deles e se perderam um nos lábios do outro.
E assim, seguiam se as horas, os cumprimentos e proclamas da noite.
O céu se iluminou, abraços e beijos desconhecidos pelo calor
do momento enquanto alguns ainda buscavam registro em preto
e branco nos braços de outrem.
E já não esperava por nada, apenas erguia os olhos para a escuridão do
céu e vislumbrava a dança de luzes em neon que iam se apagando
deixando um rastro de pólvora sufocante no ar.
Alguém o observava, do outro lado. Lá estava, todo alinhado, também de branco.
Já ele, usava regata e bermuda, deixado de lado com um copo pela metade,
já não importava o que bebia.
O céu retomara sua imponência escura e infinita, a bebida amargara em sua
boca e nada mais.
Dois passos à frente, agora eram próximos mas ainda estranhos, se encararam.
Sabe dançar forró? Perguntou.
Sei. Respondeu e sorriu.
Tinha um sorriso branco, cabelo engomado, queria mesmo um papo.
O outro, fora traído pelo olhar curioso e as palavras simplesmente fluíam, ora
em respostas, ora em perguntas ou apenas seguindo o fluxo ditado pelo primeiro.
Tivera sua atenção roubada, suavemente furtada e atraída para Ele.
Dançaram ou ao menos tentaram em meio aos tropeços negáveis à um
dançarino.
Sorriram. E entre assuntos e olhares, também se tocaram algumas vezes, queriam
crer no momento.
Não sabiam do incrível ano que viria pela frente.
O acaso os ligaram e os prenderam em sentimento fundamentado.
Já era dia e o sol tomou lugar da lua.
Já era tarde para eles, pois havia chegado ali a primavera.
E em seus peitos, já nasciam flores.
Nossa...foi lindo esse encontro
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